segunda-feira, 19 de maio de 2014

Que sei eu? O que anda é o tapete (rolante) e não a pessoa… porém, apesar disso e por isso, a pessoa anda junto com ele. Nele começamos e nele terminamos como começamos, parados. A coesão universal, simples, espontânea e insuperável é para Leibniz, o Amor; para Kant, o indeterminado «imperativo categórico»; para Galileu, a gravidade; para Nietzsche, o «eterno retorno» … Algo tem de mudar para que tudo continue como foi, sempre!

Responsab ilização

2014mai31

Procuro compreender porquê se enveredou por esta forma de governação e não outra. 
Para Jean-Jacques Rousseau a índole do indivíduo define-se até cerca dos 12 anos. O que vem seguir e permanece em camadas sucessivas são os hábitos moldados pelas imposições sociais e profissionais. Desta maneira o que factualmente distingue os indivíduos é a «aparência» que o hábito molda. 

Todavia, há um outro aspeto que parece passar despercebido: os indivíduos que chegam ao poder - já determinados em o exercer - acedem, por inerência, a conhecimentos e treino especializados na utilização da aparência subliminal - gestos, palavras, silêncios, pausas - para salvaguardarem os interesses que os catapultaram. E, evidentemente, saborear, sem custos, a real adrenalina das regalias inerentes ao poder. Este é o exemplo que têm recebido e que procuram seguir. Porquê fazer diferente?

Portanto, o candidato que pretenda introduzir mudanças no sistema não só tem de sofrer violências pessoais, como tolerar abusos contra os interesses das pessoas (leia-se do País) sem os poder denunciar pelo risco pessoal que isso acarretaria e ainda governar sem o apoio dado aos seguidistas. Ora, sem apoios, como selecionar cidadãos «decentes» que façam a diferença? E se os aceitarem não irão ser vitimados pelas mesmas situações que fundamentam as críticas?

A política não devia ser uma ocupação reservada a amigos, ociosos e oportunistas. Depois de quatro ou oito anos embolsam largos benefícios pagos pelo País independentemente dos bons ou maus resultados da governação. Esta devia ser profissionalizada para uma justa e adequada responsabilização ou aprovação dos atores. As eleições continuariam, os melhores permaneceriam e os outros passariam a desempenhar quaisquer outros serviços na hierarquia do estado de acordo com as capacidades demonstradas s sem direito a herdarem os privilégios inerentes ao cargo abandonado.  Diz-se que a dignidade do cargo deve acompanhar o individuo durante o resto da sua vida. Então, e qual é a dignidade do cidadão esportulado que não só produz como é o real garante da própria existência do País?
A honra de servir o País tem de ser recompensa bastante para qualquer cidadão. 

 






2014mai07- Adriano Moreira há anos numa entrevista falou da sua relação com Oliveira Salazar. Contou que Salazar queria ouvir pessoalmente as teses que vinha defendendo e escrevendo sobre a melhoria de vida dos naturais do ultramar. Salazar convidou-o a visitar esses territórios – despesas pagas - e a fazer um relatório que refletisse a aplicação das suas ideias. Aceitou o relatório e nomeou um oficial general para dar força ao projeto, continuando todavia Adriano Moreira como responsável factual pela execução e reportando-lhe diretamente. Meses depois Salazar volta a chamá-lo e diz-lhe que há medidas que tem de abandonar. Adriano respondeu que só com a aplicação completa do seu programa se responsabilizaria por ele ou então outra pessoa se encarregue de o executar. Salazar insistiu e acabou por se explicar: Não posso aplicar o seu programa tal como o propõe porque os sustentáculos do seu governo se opuseram seriamente a algumas medidas. Adriano desistiu e o programa não foi por diante. A resposta de Salazar prova que, apesar da fama de ditador para o povo, tinha de negociar quaisquer medidas que brigassem com os interesses que o apoiavam. Conclusão: Houve, há e haverá sempre «famílias» em todas as áreas da governação, sejam pelo sangue, pela oportunidade ou pelo dinheiro. Por razões de ordem natural – mormente bio genéticas – o ser humano não pode possuir os atributos que as religiões outorgam a seu Deus, i.e., omnisciência, omnipresença ou omnipotência. O homem é aquilo que é: animal cárnico quente, perecível, que sobrevive pela ingestão de plantas e de outros seres, exatamente como sucede a qualquer outro animal, diferenciando-se, justamente, numa memória muito mais ampla e nas possibilidades mecânicas de articular sons e fazer objetos. E estas pequenas diferenças têm-nas usado, estupidamente, na destruição sistemática do próprio ambiente que lhe fornece grátis todo o alimento que lhe é vital. .
Não refiro a «verdade» como sinopse circunstancial de acontecimento ocorrido num momento do passado temporal. Refiro as constatações axiomáticas que Chomsky considera firmes e convidava-o, se tal me fosse permitido, a debruçar-se sobre uma questão realmente relevante e latente: o caos substancial, por definição original, movimento gerador de indizíveis e irreduzíveis factos que atenuam ou agravam a perpretação de outros factos, fenómenos constitutivos de um certo estado das coisas no continuo. Logo, o facto e as «verdades» da sua circunstancialidade.