20160120 - Entre outras, é
uma pecha da cultura portuguesa objetivar a vida para um emprego no Estado.
Porquê? Pela tradição de que o Estado não despede, excepto em cargos
obtidos por eleição. E aqui reside a disputa das subvenções: estes cargos
deviam conceder uma retribuição vitalícia em virtude da alta
responsabilidade que é suposto exigirem. Todavia, essa suposta alta
responsabilidade não se traduz em efetiva responsabilidade já que não há
registo de sansões pelos erros cometidos dos quais resultaram prejuízos a
cidadãos e/ ou instituições públicas e privadas. (Muitas das consequências
dos erros têm sido negociadas entre pares com vista a compensações futuras...).
Esses erros e respetivos prejuízos não são contabilizados nem as vitimas
ressarcidas. E se alguma exceção houve foi a expensas do próprio erário
público, ou seja, dos cidadãos. Logo, não há efetivamente responsabilidade
pelas consequências de má governação como ressalta das notícias vindas a
público nos últimos anos: as swaps, as compras e/ou vendas ruinosas de
património público, bancos falidos por gestão conscientemente incompetente
e por diante. Veja-se o caso gritante do governo matar o futuro de milhares
de famílias desempregadas alegadamente por não pagarem as suas
contribuições. Estas decisões têm causado centenas de suicídios
cuidadosamente ignorados pela imprensa. Ou seja, perante actos
conscientemente praticados por eleitos contra a vida real e efetiva das
populações o Estado simplesmente decide matar as vitimas em vez de
sancionar os culpados das más decisões. O Estado coloca-se ao lado dos
criminosos económico financeiros contra as vitimas que eles produziram. E
ainda reclamam subvenções vitalícias! Nas sociedades democráticas modernas
isto já não acontece.
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