terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A primodialidade do Ser Humano - SE, considerarmos o Universo como constituído por ínfimas partículas fulgurantes, materiais, indestrutíveis e inassimiláveis entre si porque teriam massa, imateriais porque seriam invisíveis, conduzidas por uma razão-força intrínseca e imperscrutável, então, o Universo assemelhar-se-ia a um espaço fluído de extensão indetectável onde essas fulgurações possuiriam ou receberiam em algum momento instruções acerca de como, onde e quando se aglomerariam numa determinada forma física. De alguma maneira se reconheciriam entre si, por um sinal ou outra comunicação própria e, assim, mutuamente identificadas, se ligariam na constituição de órgãos e corpos compostos: desde os celestes às plantas e aos seres terrestres os quais, logicamente, passariam a conter em si mesmos todas as qualidades dessa razão-força que inere do espaço-magma. Ou seja, possuiriam as mesmas qualidades e determinações primordiais vitais que animam a vida sensitiva e cognitiva tal como a conhecemos. Se, as partículas fulgurantes livres no espaço fluído possuissem em si essas qualidades e só «aguardariam» que a razão-força determinasse a forma de se aglomerarem, então, enquanto aglomeradas, actuariam concordemente com a forma adquirida, como corpos celestes como o terrestre. Se, assim for, então ainda são as fulgurações que constituiriam os neurónios cognitivos que conformam o cérebro centro de toda a informação recolhida pelos sentidos e comandante das ações inconscientes, conscientes e acções motoras e, concomitantemente, fonte da imanência a que chamamos pensamento. Ora, se o pensamento resulta da imanência dum composto material de fulgurações aglomeradas na forma humana, o magma universal composto por iguais fulgurações - mesmo que não se lhe divise forma humana - possuiria essa capacidade imanente a que chamamos pensamento. Se assim for o universo não seria uma «massa» obtusa, insensível e incognoscente. O homem possuiria capacidade semelhante de projectar modulações alterantes no interior e exterior do corpo e espaço circundante. A Imanência resultante do caldo composto pelas fulgurações seria semelhante a nível universal: se o homem pensa e actua então o universo, se primórdio de todas as coisas, pensaria e actuaria espontânea e consentâneamente com o seu magna do mesmo modo que o homem sente e pensa consentaneamente com o seu corpo-magna.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

No oriente as capacidades do ser humano desenvolveram-se a partir da necessidade religiosa congruente com as condições geográficas do seu habitat. De certo modo algo semelhante aconteceu no ocidente céltico e mediterrânico: as mitologias foram inerentes às necessidades religiosas dos caracteres humanos residentes nesses territórios. Provavelmente, o mesmo sucedeu noutras zonas do planeta como a africana, sul-americano, malásia e outras. Se assim é a característica religiosa factual do ser humano depende fortemente da área geográfica de nascimento. Porém, os gregos voltaram-se para a indagação: tudo isto é mesmo obra de deuses? E, duvidando, empenharam-se na procura da resposta para a pergunta «o que é?». E, depois deles, todo o mundo passou à procura da resposta. Dessa dúvida nasceu a civilização da «coisa» bem distinta da anterior transcendentalidade: não mais espiritualidades nem poderes divinos ocultos. Tudo são coisas, tudo tem preço, tudo se compra ou se vende. É uma questão de conveniência. Foi Einstein quem apaziguou o dilema recordando que, afinal, tudo é relativo!