quinta-feira, 17 de julho de 2014

Se um individuo que atingiu mortalmente o filho a tiro - confessando às autoridades ter-se enganado no alvo pois o que pretendia era matar a mãe que o jovem tentou proteger com o seu próprio corpo - é justamente chamado de criminoso por uma morte, alvo de julgamento e condenado a prisão, então, como se deve chamar àqueles indivíduos que com igual deliberação e consciência roubam a vida de milhões de seres - um país! - pela delapidação de seus bens, pela destruição das suas vitais esperanças de felicidade pela família e abrigo, apressando-lhes a morte pela fome e indigência?
Nietzsche na critica à modernidade visava os modelos padronizados para a igualdade democrática. Porém, entendia que tal pretensão só poderia residir no material ou seja perante a lei. Quanto ao demais toda a pessoa é um ser singular. Foi o pensador da diferença. Ao pretender criar um projeto para uma Nova Cultura não fundada no cristianismo foi considerado perigoso. Acreditando que não há dualidade entre os sentidos e a razão criou o conceito de fisiopsicologia pelo qual estabelece que os sentimentos e as ideias são inscritas no corpo: no seu todo o corpo sente e pensa.

terça-feira, 15 de julho de 2014

A modernidade, ao iludir a perceção duma realidade que nos determina trouxe a convicção de que podemos fazer tudo que quisermos. Para isso contribuiu a filosofia nietzschiana libertadora da culpa edénica sobre que se edificou a sociedade ocidental. É verdade que humanidade não nasce culpada de coisa alguma mas também é dolorosamente verdade que não pode fazer tudo o que quer.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

A propósito do artigo de hoje no Jornal i «Disciplina Germânica» por Vasco de Ataíde Marques: Um artigo lucido e cristalino. Enaltece tendências, intuições, vocações como se estas qualidades num povo dependessem em exclusivo da sua «vontade» ou do lendário «querer é poder»,  Tenho a convicção de que o Autor sabe e bem que não é exatamente assim. Essa coisa do «querer é poder» é um embuste consagrado pela história da dominação. O que a realidade de milénios nos demonstra é de que nada é «para quem quer mas somente para quem pode». O aforismo para ser justo deveria rezar: «o poder gera a força do querer». Para mim, o factor que determina o maior ou menor êxito de um povo não é intrínseco à organização do coletivo mas sim dependente da região geográfica ocupada - por exemplo, da sua temperatura - e da respetiva riqueza natural, aquela que nenhum humano pode jamais querer produzir. Este o ser humano na sua mais admirável e extraordinária contradição.