quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016


20160120 - Entre outras, é uma pecha da cultura portuguesa objetivar a vida para um emprego no Estado. Porquê? Pela tradição de que o Estado não despede, excepto em cargos obtidos por eleição. E aqui reside a disputa das subvenções: estes cargos deviam conceder uma retribuição vitalícia em virtude da alta responsabilidade que é suposto exigirem. Todavia, essa suposta alta responsabilidade não se traduz em efetiva responsabilidade já que não há registo de sansões pelos erros cometidos dos quais resultaram prejuízos a cidadãos e/ ou instituições públicas e privadas. (Muitas das consequências dos erros têm sido negociadas entre pares com vista a compensações futuras...). Esses erros e respetivos prejuízos não são contabilizados nem as vitimas ressarcidas. E se alguma exceção houve foi a expensas do próprio erário público, ou seja, dos cidadãos. Logo, não há efetivamente responsabilidade pelas consequências de má governação como ressalta das notícias vindas a público nos últimos anos: as swaps, as compras e/ou vendas ruinosas de património público, bancos falidos por gestão conscientemente incompetente e por diante. Veja-se o caso gritante do governo matar o futuro de milhares de famílias desempregadas alegadamente por não pagarem as suas contribuições. Estas decisões têm causado centenas de suicídios cuidadosamente ignorados pela imprensa. Ou seja, perante actos conscientemente praticados por eleitos contra a vida real e efetiva das populações o Estado simplesmente decide matar as vitimas em vez de sancionar os culpados das más decisões. O Estado coloca-se ao lado dos criminosos económico financeiros contra as vitimas que eles produziram. E ainda reclamam subvenções vitalícias! Nas sociedades democráticas modernas isto já não acontece.

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