Apesar de muitos blogues abordarem quase todas as variações possíveis sobre o afectivo, o abstracto e o material, decidi abrir este. Sem invocar as razões que subjazem a esta decisão, defendo a inconformação face à banditicidade, alegre, ingénua ou consciente, que uns obram na extracção do melhor da vida dos outros. Todos temos algum testemunho pessoal a dar sobre enganos, aliciamentos, informações erradas e manipulações afectivas. Analisemos, filosoficamente, os casos que queiram expor.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Reminiscência... 3
Reminiscência… 3
O cacilheiro deu as suas costumeiras apitadelas de aviso de partida. Soltaram as amarras e o motor acelerando, puxou-o, desatracando-o do pontão. E lá segui rio adentro. O movimento suave convidada a recordações. Há anos que diariamente fazia aquele percurso, acompanhado com praticamente os mesmos rostos. Preocupados. Apressados. Sonâmbulos àquela hora da manhã. O medo acompanhá-los-ia na vigília? De naufragar? Todos têm presente um acidente na década de trinta com muitas vítimas. Ou ignoram? Mas têm medo. Que suscita o medo? O ruído regular da proa cortando as águas que espumosas correm ao longo do barco? Proa subindo e descendo suavemente sobre o casario da cidade ao fundo que lentamente cresce, cresce. Vem na nossa direcção, aproxima-se mais e mais. Que vimos? Por que ondula a água do rio? Naturalmente, porque é viva. Logo move-se. Mas porque assim? Ondulante?
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